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Bruno Cupertino
28/08/2020 09:54 em Novidades

                                                     Bruno Cupertino apresenta seu “Canto Forte”

                                                                 Disco revigora a resistência do samba autêntico

 

“O samba nasceu lá na Bahia”, escreveu Vinicius de Morais, na canção “Samba da Benção” (parceria com Baden Powell). Mas desde que foi lançada essa afirmativa, há mais de 50 anos, o samba espalhou-se pelo Brasil, dando origem a fecundos núcleos musicais nos mais distintos lugares do país, entre os quais, Belo Horizonte. A capital mineira, hoje, abriga uma nova geração de cantores, compositores e instrumentistas dedicados à preservação e à divulgação de nossa mais preciosa expressão musical. Entre esses jovens sambistas, encontra-se Bruno Cupertino, que está lançando seu primeiro disco solo, “Canto Forte”. As faixas já estão disponibilizadas nas principais plataformas de música digital.

Partidário incondicional do samba tradicional, Bruno Cupertino apresenta em “Canto Forte” 12 composições bem ajustadas ao nome do disco: um conjunto de melodias elaboradas, letras consistentes e instrumentação requintada que privilegiam a sonoridade natural das vozes, cordas, percussões, flautas e sopros. O resultado é uma interação singular, a exemplo do que se ouve nas antigas e consagradas gravações de sambas. Embora guardem sonoridade clássica, as canções apresentam temas contemporâneos; as letras traduzem o cotidiano vivenciado e observado por seus autores, tais como as relações amorosas (“Prazer Insano”, “Bodas de Amor”, “Maria Mercedes”), conflitos privados e públicos (“Bamba Valente”, “Golpe de Vista”), a cultura afrobrasileira (“Pra Oxum Bailar”, “Samba do Libertador” e a música-título) e a própria criação musical (“Samba Pra Ela”, uma celebração do amor, e “Sambê”, um samba gafieirado. A exemplo dos antigos compositores, o jovem sambista junta a força das palavras com a graça das melodias, em uma configuração moderna. 

Compondo “Canto Forte”

A confecção de “Canto Forte” consumiu três anos de trabalho: teve início em 2017 e foi finalizado no primeiro semestre de 2020. Bruno explica: “Eu queria uma forma de expressão específica para as músicas de “Canto Forte” e saí em busca de de arranjadores que entendessem a sonoridade presente nas minhas ideias. Foi quando conheci o Lucas Porto (violonista, arranjador e produtor musical carioca), de quem acabei ficando amigo”. Lucas, que produziu o disco, foi também o elo entre Bruno Cupertino, os músicos que participaram das gravações e João Ferraz, técnico de gravação e dono do estúdio onde tudo foi feito. “Foi um processo longo, mas valeu pelo resultado”, comemora Cupertino, que teve atuação constante em todas as etapas de gravação. “Todos eles trabalharam com total disposição e um carinho muito grande”, elogia. “Tenho hoje boa relação com todos”, completa. A propósito, “Canto Forte” contou com a participação de nomes de prestígio na cena carioca, entre eles, o baixista Pedro Aune, o flautista e saxofonista Eduardo Neves, a cantora Nina Wirth e o pianista Fernando Leitzke.

 

Parcerias afinadas

Bruno Cupertino define-se, a princípio, como compositor. “Primeiro surgiu o compositor. O cantor surgiu com a necessidade de apresentar minhas composições, de dar vazão ao que eu estava criando. Mas aí esse facilitador acabou virando necessidade: descobri para mim outra forma de expressão”, conta. “E essa função acabou também me conquistando”. A função de intérprete pode ser conferida em duas faixas de “Canto Forte”, “Golpe de Vista” (de autoria de Douglas Germano) e “Zombaste” (do grupo formado por Betinho Moreno, Juninho de Souza, Jaderson Poca e Evandro Mello).

O artista conta que a maioria de suas músicas são feitas em parceria. “Se penso em uma música com temática africana, passo a ideia para o Betinho, por exemplo. E acontece o processo inverso: eles também me mandam sugestões”. A finalização é feita pessoalmente: “Para fechar a música, gente se junta, não dá pra finalizar virtualmente”. Bruno comenta que antes da pandemia do Coronavírus, eles costumavam se reunir às quartas e sábados em sua casa.

 “Graças a Deus, tenho vários parceiros, cada um com uma linha musical distinta; e não só no samba, mas também em outros estilos”, comenta o compositor. “Samba do Libertador” e “Maria Mercedes” são de minha autoria, mas “Pra Oxum Bailar”, eu fiz com Joãozito e a Parceria e Betinho Moreno, que é meu parceiro também em “Canto Forte”, entre outras diversas músicas. Já “Jogo Sujo” inclui Joãozito e o cavaquinista Warley Henrique.

Compositor dedicado e exigente

Estudioso das manifestações artíticas de origem afriicana e atento observador do cotidiano, Bruno Cupertino se distinge por uma escrita pessoal, forjada em rimas afiadas, melodias fluentes e um forte elo com a cultura afrobrasileira (plenamente expressada em “Samba do Libertador”, “Pra Oxum Bailar” e na própria “Canto Forte”). Há que se destacar também que seu trabalho como compositor não se limita à criação de letra e melodia. Como ele mesmo justificou em sua busca por arranjadores e músicos, a escrita de Bruno envolve também os arranjos, as combinações instrumentais, a relevância e atuação de cada instrumento. Essa preocupação com os arranjos e a sonoridade de cada canção estão sutilmente colocadas ao longo das faixas, além, claro da forte base do samba. Entre outros momentos, podemos citar as cordas e o coro em “Prazer Insano”, a levada leve e fluente de “Pra Oxum Bailar”, piano e sopros elegantes em “Jogo Sujo” e a energia contagiante de “Sambê”.

Além do samba, sua área primeira de atuação, o compositor desenvolve relação e parcerias com outros estilos, como o choro (que pode ser também percebido em várias passagens do disco), música instrumental, bossa nova, rap, forró e o jongo. Versatilidade que possibilitou ao compositor dividir palco com diversos artistas de Minas e de outros estados.

 

A trajetória de Bruno Cupertino

Um aprendizado no samba

A relação de Bruno Cupertino com a música vem do berço. Ou melhor, da cozinha, lugar onde a família reunida à hora do almoço costumava ouvir o rádio e as histórias contadas pela avó (já falecida). “Quase todos os domingos, a gente se reunia na casa da minha avó, para ouvi-la cantar e contar histórias de matrizes africanas”, lembra-se Bruno. Ele acrescanta que na casa da família, ouvia-se de tudo, mas desde sempre o samba estava presente.

Depois, passou a frequentar os quintais e quadras de rodas de samba. “Nessa época acabei criando uma conexão com o Morro das Pedras (comunidade de Belo Horizonte). Foi lá que amadureci a minha relação com a música, que descobri o que eu estava a fim de fazer e podia fazer nesse sentido, como compositor e, em seguida, como cantor”, afirma o músico.

Antes de se lançar em carreira solo, Bruno integrou dois grupos de samba de Belo Horizonte, Samba de Quintal (criado no ano 2009) e Camafeu (uma dissidência do Samba de Quintal). Atualmente, ele é acompanhado nos shows pelos integrantes do Camafeu: Betinho Moreno (violão de 7 Cordas), Humberto Dias, Rafa di Souza (violão de 6 cordas), Fabrício Cássio (cavaquinho), Robson Batata (percussão) e Thiago Ramos (sopros).

Sobre sua formação musical, Bruno credita como principais influências os criadores do autêntico samba carioca (Cartola, Ismael Silva, Nelson Cavaquinho, Nelson Sargento, Noel Rosa, entre outros). Nesta bagagem cabem ainda obras de nomes consagrados da MPB, como Chico Buarque, Martinho da Vila e Paulinho da Viola, e da música mineira. “Sempre ouvi muito Milton Nascimento, assim como os outros do Clube da Esquina, e também Helena Penna, Tizumba, Marku Ribas”, especifica. Outra referência que Bruno faz questão de citar é Moacir Santos, maestro, compositor e arranjador pernambucano que fez carreira nos EUA.

À sua progressão como cantor Bruno lembra que foi fundamental o aprendizado com a cantora e preparadora vocal Regina Milagres, de atuação prestigiada em Belo Horizonte. Hoje, o cantor sente-se à vontade na linha de frente de um palco ou estúdio, interpretando, inclusive composições de outros autores.

Estudioso e atento ao cotidiano, Bruno Cupertino se destaca por uma escrita inteligente, rimas modernas, melodias diversificadas e o forte elo com a cultura afrobrasileira. Além do samba, área de atuação, o compositor estabelece relação e parcerias com vários estilos, dentre eles: o choro, música instrumental, bossa nova, rap, forró e o jongo. Tal versatilidade, possibilitou ao compositor dividir palco com diversos artistas da capital e de outros estados.

Não deixe o samba morrer

 “A minha determinação, o que não deixa de ser para mim um prazer, é dar sequência à herança deixada pelos antigos sambistas. Faço questão de afirmar esse compromisso”, Cupertino frisa, revelando seu lado de pesquisador estudioso das nossas tradições musicais, como também da trajetória de artistas negros. “Acho que este tipo de samba está morrendo”, comenta, apontando que são raros os focos com esse tipo de sonoridade. “Somos poucos, os trincheiristas: aqui, no Rio, em Salvador, em Porto Alegre. Os músicos de samba têm dificuldade maior, porque geralmente oferecem um produto mais complexo, mais elaborado, mais estendido. Hoje estão todos lançando singles, que implica em consumo rápido”. O compositor lamenta a situação do samba tradicional, cada vez mais sendo obscurecido por um estilo moderno, de estrutura mais fácil e tagarela. “Não me seduz esse perfil moderno com refrão repetitivo”, define.

O caminho que Bruno Cupertino escolheu para trilhar é amplo, mas concentrado: além da defesa do samba, ele pretende se dedicar a questões de vital importância, “como a cultura afrobrasileira, a situação da população negra, as desigualdades sociais, a política nacional, temas que não explorei tanto neste “Canto Forte”, avalia.

Para o próximo disco, Bruno já conta com 20 canções inéditas. “Mesmo quando estava imerso na produção de “Canto Forte”, continuava a compor, sistematicamente”, indica. É a sina do compositor: escrever canções a qualquer momento sobre o tema que surja à sua frente, mesmo repentinamente, mesmo triste ou amargo.

A nova geração da música de Minas

Segundo Bruno Cupertino, o aspecto que mais distingue o samba mineiro é a construção melódica. “Aqui, temos uma identidade melódica muito forte, como por exemplo, aquele traçado que Vander Lee sabia fazer muito bem, com frases curtas, rimas internas, melodias muito trabalhadas e letras e palavras bem colocadas”, destaca.

Para o músico, a música feita em Minas vive um período de efervescência, o entrave reside principalmente nos canais de informação. “A música mineira está muito bem representada, seja samba ou MPB. mesmo que alguns estilos não dialoguem entre si, o intuito é o mesmo. Temos figuras talentosas como Sérgio Pererê, Rafael Soares, Arthur Pádua, Rodrigo Brasileiro (que tem uma parceria com Warley Henrique). O que falta é sermos conhecidos fora daqui. Já estamos prontos”, assegura.

 

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Assessoria de Imprensa
Luciana Braga

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