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ViJazz & Blues recebe Fernanda Takai, Stu Hamm e Ariane Cap
12/11/2019 14:46 em Música

ViJazz & Blues recebe Fernanda Takai, Stu Hamm e Ariane Cap

 

Belo Horizonte é considerada a capital brasileira da música instrumental não é por acaso. A cidade agrega músicos talentosos e inovadores e está sempre recebendo visitas ilustres do universo musical, entre instrumentistas, cantores e compositores. Condição privilegiada que inspira a criação e a preservação de celebrações musicais, como o ViJazz & Blues Festival, surgido em 2007 e que hoje se encontra entre os maiores do país.

Sempre na vanguarda dos festivais de música instrumental, jazz e blues do Brasil, o ViJazz e Blues apresenta em sua edição 2019 um reconhecimento da notável presença feminina na música contemporânea e sua contribuição ao gênero instrumental, reunindo numa mesma noite a cantora Fernanda Takai e a baixista norte-americana Ariane Cap. Fernanda Takai, vocalista da bada Patu Fu, apresentará o seu mais recente álbum, O Tom da Takai, que traz um repertório menos conhecido, mas não menos precioso, de Tom Jobim. Acompanhada por Thiago Delegado (violão e guitarra), Fernando Merlino (piano e teclados), Diego Mancini (baixo) e Caio Plinio (bateria), Fernanda vai interpretar 13 pérolas praticamente desconhecidas de Jobim, como “Aula de Matemática” e “Ai Quem Me Dera”, entre outras canções ainda não reveladas. Metade das faixas do novo disco foi produzida por Roberto Menescal (arranjos, violão, guitarra, voz e vocais) e a outra metade por Marcos Valle (arranjos, piano, rhodes, órgão, sintetizador, voz e vocais).

A instrumentista norte-americana Ariane Cap, por sua vez, irá mostrar seu empolgante dueto com o também baixista e conterrâneo Stu Hamm, um dos mais aclamados artistas desse instrumento. A dupla traz a Belo Horizonte sua performance que alia o groove a experimentações com as sonoridades e modos de tocar o contrabaixo. 

As apresentações serão ilustradas pelo trabalho visual do artista Sérgio Ramos, cujas peças são criadas ao vivo, simultaneamente aos movimentos sonoros, e projetadas no fundo do palco. Sérgio, inclusive, é quem assina a    identidade artística do ViJazz, desde a criação do festival, em 2007.

O show duplo acontecerá no palco do Grande Teatro do Sesc Palladium, no dia 28 de novembro, a partir de 19h30.

 

As primeiras bossas

 

Saudado por especialistas e amantes do gênero, O Tom da Takai é um belo trabalho de resgate dos momentos iniciais da Bossa Nova. Em parte, devido à produção incessante de Tom Jobim e ao surgimento de obras-primas que conquistaram de imediato o público, essas canções foram deixadas na gaveta, quase relegadas ao esquecimento. E que agora, Fernanda Takai, Roberto Menescal e Marcos Valle, os responsáveis pela pesquisa e seleção, trazem ao grande público.

Autor dos livros de Chega de Saudade – A história e as histórias da Bossa Nova e A onda que se ergueu do mar – Novíssimos mergulhos na Bossa Nova, o jornalista Ruy Castro, defensor militante do gênero popularizado por João Gilberto e Tom Jobim, está entre os admiradores do trabalho de Fernanda. Em sua coluna, na Folha de São Paulo, ele escreveu: “Faixa após faixa, ela nos traz de volta umTom que era urgente recuperar — o Tom jovem, de cerca de 30 anos e ainda inconsciente de sua vocação para a eternidade. Fernanda garante a eternidade desse repertório e, com sua leveza e juventude, faz dele nosso contemporâneo — pequenas grandes canções para tocar no rádio e, quem sabe, despertar uma nova geração”. Por sua vez, o crítico carioca Mauro Ferreira, do G1, avaliou assim a ‘bossa atemporal’ de O Tom da Takai: “Com canto de pequeno volume, talhado para esse repertório que dispensa arroubos vocais, Takai cai com fluência no samba Outra vez (Antonio Carlos Jobim, 1954) – levada pelo arranjo de Valle, sempre preciso ao piano – e expressa a sofrência moderna que pauta o raro samba-canção Só Saudade (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1956).

 

Stu Hamm e Ariane Cap: o baixo além das fronteiras

Stu Hamm e Ariane Cap uniram-se recentemente para levar o baixo a novos patamares. Os dois baixistas resolveram iniciar este trabalho em dupla por amor ao groove, ao mesmo tempo que exploram as possibilidades do instrumento em abordagens ecléticas. Embora tenham suas carreiras enraizadas no jazz, no blues e no rock, ambos apreciam profundamente também a música clássica, especialmente Bach e Beethoven (um dos principais momentos de Ariane é a peça “Bach on Bass”, e de Stu Hamm, a recriação de “Sonata ao Luar”). Como “groovadores” obstinados, eles colocam o groove como pedra fundamental de sua performance, enquanto se aventuram na criação de elaboradas melodias.

O baixo como instrumento solo e harmônico

Por meio de seu trabalho inovador como artista solo e de suas contribuições nos trabalhos de renomados instrumentistas, tais como Joe Satriani e Steve Vai, Stuart Hamm estabeleceu-se como um dos baixistas mais influentes do cenário do jazz rock, a partir dos anos 1990. Seguindo as inovações elaboradas por Jaco Pastorius e Stanley Clarke nos anos 70, Hamm ajudou a fundamentar o conceito do baixo elétrico como um instrumento solo, liberto do mero acompanhamento, através da utilização de técnicas polifônicas de duas mãos, acordes e harmônicos e de recursos como o tapping, slapping, popping. Além de trafegar à vontade pelo jazz, o blues e o rock, Stu Hamm mostra sua afinidade com a música clássica na peça “Sonata ao Luar”. Primeiro baixista a ter um modelo de baixo elétrico signature da marca Fender, ele já desenvolveu sons e equipamentos para as corporações musicais Hartke, Washburn, Zoom e Korg. Com seis álbuns solo aclamados pela crítica, Hamm participou de gravação e turnê com os ícones da guitarra Joe Satriani, Steve Vai, Greg Howe e Frank Gambale.

O variado cardápio sonoro de Ariane Cap

Instrumentista de gosto eclético e de talento irrestrito, Ariane Cap já tocou em incontáveis bandas e projetos na Europa e nos Estados Unidos. Por gostar da diversidade de estilos, ela já se apresentou com a Mozartband (uma fusão de funk, rock e Mozart, formada por membros da Filarmônica de Vienna), a banda de rock celta Tempest (com a qual ela excursionou por três anos), a sensação do kindie-rock The Sippy Cups (um circo de rock psicodélico com apelo para as crianças) e a The Palmwine Boys, que mistura a música acústica africana Palmwine com o estilo Americana, além de ter se apresentado no Brasil com o grupo de disco music Santa Esmeralda. Em Montreal, Canadá, Ariane fez parte do desenvolvimento de Amaluna, a adaptação do Cirque du Soleil para a peça A Tempestade, de Shakespeare. Ela também toca flamenco com Tierra Negra e Muriel Anderson, fusion com o Haskell Group e gravou com o produtor Keith Olsen, multi-vencedor de prêmios Grammy. Em suas performances solo, Ariane apresenta uma seleção de composições autorais e covers que transcende estilos (da peça clássica “Bach on Bass” até World Music africana), tocado em seu set up de efeitos e loop. Ela se apresenta atualmente com Paul Hanson, em um duo de baixo e fagote. Recentemente, Ariane foi votada como um dos quatro baixistas de maior evidência da atualidade pela revista Bass Player. Ariane Cap é também escritora, blogueira e educadora.

ViJazz & Blues Festival

 

Após sua primeira edição em 2007, o ViJazz cresceu e se consolidou como o maior festival do gênero em Minas e um dos maiores do país. Com uma média de público de 30.000 pessoas por edição, apresenta sempre atrações de qualidade, reunindo artistas mineiros, de outros estados e também estrangeiros.

De caráter itinerante, já passou pelas cidades de Belo Horizonte, Muriaé, Ponte Nova, Araxá, Ubá, Juiz de Fora, Uberaba, Ouro Preto, Ipatinga e Viçosa.

Inovar sempre é um dos compromissos do festival. A cada edição, traz um novo visual juntamente com uma nova temática que conduzirá o desenvolvimento do evento. Em sua décima segunda edição, homenageará as mulheres. Em Belo Horizonte, o festival acontecerá no Sesc Palladium, no dia 28 de novembro, a partir de 19h30.

 

 

 

ViJazz & Blues Festival – Dia 28 de novembro, a partir das 19h30, no Sesc Palladium (Avenida Augusto de Lima, 420 – Centro – Belo Horizonte).

Ingressos: Plateia I – R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia)

Plateia II - R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)

Plateia III - R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia)

Os ingressos já estão à venda no site www.ingressorapido.com.br

Outras informações: (31) 3270-8100.

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