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A hora certa de lançar um talento.
27/07/2016 01:38 em Colunistas

Por : Vinícius Silveira

Existe hora certa para lançar um jovem jogador de futebol?

 

Fiz-me esta pergunta baseado em dois momentos: o primeiro foi à notícia dada pelo site ESPN, na última quarta-feira (20), quando o portal noticiava a presença marcante do meia Matheusinho, do América-MG, treinando com a seleção olímpica do Brasil frente aos olhos do técnico Tite. O segundo foi a apresentação do técnico Enderson Moreira como treinador do América, onde o mesmo disse que: “É muito fácil você acabar com um jogador da base. É só utilizá-lo quando ainda não está preparado”.

Cheguei à conclusão que a hora certa de promover um jovem aos profissionais é totalmente desconhecida. No caso de Matheusinho e qualquer outro jovem, colocar para jogar em um momento semelhante ao que o América-MG passa no Brasileirão, a probabilidade do mesmo se queimar é altíssima. Ainda que existam torcedores cegos pela situação desesperadora pela qual passa o Coelho, ou pela badalação da imprensa em cima do garoto de 18 anos, o time americano deve blindá-lo de tudo isso, para o bem dele e do próprio clube.

Que ele é um futuro craque? Sim. Se ele vai deixar de ser uma promessa e virar realidade? Só depende dele. No entanto, o América-MG terá grande participação na história do garoto bom de bola que está ganhando os campos e os holofotes. O último treinador do Coelho, Sérgio Vieira, foi um dos que blindaram Matheusinho, pois ele entendeu que coloca-lo em campo neste momento seria um risco seríssimo.

Existem poucos times no Brasil que ainda são reconhecidos por lançar bons jogadores para o futebol brasileiro. Santos e América-MG estão na lista das poucas agremiações que ainda privilegiam as categorias de base. Outro fator a ser ressaltado é a escassez de atletas com qualidade técnica para sair das bases inferiores e integrar os profissionais com qualidade. Este número é cada vez menor, e os que ainda aparecem precisam ser muito bem cuidados e com uma estrutura suficientemente pronta para dar tranquilidade aos jovens.

Jogar a responsabilidade de carregar um time nas costas de um garoto é uma temeridade. Há não muito tempo, vi o Atlético fazer isso com Ramon, na época, com 17 anos em 2005, além de outros jovens que atuaram na campanha que culminou no rebaixamento do Brasileirão daquele ano. Atualmente, Bruno Viana e Bruno Edgar (apelidado de Bruno Ramires) estão próximos de serem queimados e estigmatizados por carregarem um fardo pesadíssimo no Cruzeiro, que atualmente é o 19º colocado no Brasileirão.

Com estes exemplos e muitos outros que ficaram na história, é que o América-MG, com sua comissão de administração, além das mãos do ótimo técnico dos juniores, Marco Antônio Milagres, e dos profissionais, Enderson Moreira, que Matheusinho deve ser muito bem cuidado, para não ser mais um que apareceu e logo se perdeu no caminho do futebol.

 

Na próxima coluna, a chegada de Mano Menezes no Cruzeiro. Um grande abraço a todos. 

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